Desde 10.000 AEC existem pinturas e registros
arqueológicos que refletem o respeito e a adoração pelo sol. Também se
observavam as estrelas para saber coisas como eclipses e fases da lua. Uma das
figuras mais antigas da história humana é a roda zodiacal. Ela reflete o
trajeto do sol pelo ano, 12 meses, 4 estações etc. As civilizações
personificavam o sol e as estrelas com figuras humanas ou animais e elementos
da natureza significativos naquela época do ano.
Há vários mitos, desde 3.000 AEC, – no Egito,
Frígia, Pérsia, Grécia, Índia etc – sobre um filho de deus nascido de uma
virgem, anunciado por uma estrela ao leste, adorado por reis, com feitos
miraculosos, que passou pela morte e ressurreição ao terceiro dia, com títulos
como ‘a verdade’, ‘a luz do mundo’, ‘filho ungido de deus’, ‘bom pastor’, ‘o
cordeiro’, ‘o alfa e omega’, e até com dia de adoração no domingo (em inglês
“Sunday”, dia do sol). Muitas deidades e heróis do mundo todo preenchiam
características semelhantes. Mas por que esses atributos?
É astrológico. A estrela mais brilhante no céu na
noite de 24 de dezembro é Sírius, que nesse dia se alinha a leste com as três
estrelas mais brilhantes do cinturão de Órion – os três reis. Elas apontam para
o local de nascimento do sol a 25 de dezembro, ‘seguindo’ a estrela do leste
(Sírius).
A constelação de Virgem é conhecida como “a casa do
pão”, sua representação é uma mulher segurando um galho de trigo. Virgem é o
signo entre agosto e setembro, tempo da colheita. O nome original da cidade de
Belém,“bethlehem”, signfica “casa do pão”.
A 22 de dezembro ocorre o solstício de inverno no
hemisfério norte, os dias ficam mais curtos, o sol parece menor, há a perda da
colheita, a escuridão, tudo que se associa à morte, no caso a morte do sol.
Nesse dia, o sol pára de se mover para o sul (para onde se movia por seis
meses), fica ali por três dias (22, 23, 24), e nessa pausa ele reside nas
redondezas da constelação do Cruzeiro do Sul (uma cruz). No dia 25, ele se move
um grau para o norte, prenunciando dias melhores, mais calor, e a
primavera.
O sol morreu no cruzeiro/cruz, ficou inerte/morto
por três dias e se reergueu/ressuscitou. No entanto, a ressurreição só é celebrada na Páscoa
(na primavera), que é quando o sol oficialmente domina as trevas e a vida
renasce.
Quanto aos 12 discípulos, seriam as doze
constelações ou casas astrológicas com as quais o sol viaja.
Na cruz do desenho do zodíaco, o sol fica ao
centro, por isso, nas primeiras representações de Jesus, ele tinha atrás da
cabeça uma roda com a cruz. Ele é “a luz do mundo” que “afasta as trevas”, que
“renasce”, que pode “ser visto através das nuvens” (todas menções bíblicas). A
própria coroa de espinhos pode representar os raios do sol.
(do documentário Zeitgeist)
Nas escrituras, há inúmeras referências a “eras” ou
“idades”. Precisamos aqui entender a precessão dos equinócios. Os egípcios e
outras culturas anteriores reconheceram que, a cada 2.150 anos, o nascer do sol
na primavera ocorria num signo diferente do zodíaco, por causa da lenta
oscilação angular da Terra. As constelações aí vão para trás (precessão). As
antigas civilizações chamavam esses 2.150 anos de “era”. De 4300 AEC a 2150 AEC
era a era de touro, de 2150 AEC a 1 EC a era de áries, de 1 a 2150 a era de
peixes e a partir de 2150 seria a era de aquário. Moisés quando desceu do monte
ficou aborrecido por ver o povo cultuando um touro. Moisés representa a era de
áries, por isso até hoje os judeus sopram o chifre do carneiro.
Em outras culturas, Mitra mata o touro, Teseu vence
o minotauro, por exemplo.
Jesus seria o portador da era de peixes. A
constelação é representada por dois peixes. Jesus alimenta as pessoas com pães
e 2 peixes. Na Galiléia, conhece 2 pescadores que o seguem. O símbolo do
cristianismo é um peixe. E se assumiu que o seu nascimento tenha sido no ano 1
dessa era, mesmo que alguns estudiosos digam que ele nasceu alguns anos antes.
Em Lucas 22,10, Jesus fala sobre um ‘homem
carregando um cântaro de água’ e diz para os discípulos o seguirem até a ‘casa’
onde ele entrar. Esse é o símbolo de aquário, a próxima casa astrológica.
Quando em Mateus 28,20 Jesus diz que estará com eles até o fim do “mundo”, essa
palavra foi mal traduzida, pois ele teria usado “aeon” (“era”). Ele está até o
fim da era. A era de peixes. Não é um “fim do mundo”.
Para não me estender em outros temas que não o
natal/nascimento, termino o texto aqui, mas deixo a questão de se buscar a
referência astrológica ou astronômica por trás das coisas em comum nos mitos
das mais diversas culturas.
Quando você fala de Moisés como a Era de Áries, fica difícil não lembrar da questão em torno dos seus "chifres", reproduzidos pictoricamente por Michelangelo e Gustave Doré.
ResponderExcluirExcelente texto! Adoro suas publicações!
boa lembrança, obrigada!
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