junho 27, 2009

Kronos was a headbanger

Uma vez escrevi aqui sobre o festival da Galaxia, citando como os Curetes inventaram a dança em armadura, com ritmo frígio e flautas; um barulho que distraía Cronos enquanto eles mantinham Zeus escondido. Nesse dia, a Iony me perguntou como seria o ritmo frígio e eu lhe expliquei. Mas desde lá fiquei pensando que outros podem ter a mesma dúvida e que poderia aproveitar para citar os modos gregos, dando exemplos de músicas atuais. Então, como só agora parei para organizar isso, vamos lá:

~ Exemplos de músicas com os modos gregos e quando utilizá-los ~

Modo Frígio: 'Wherever I May Roam' e a transição de 'Creeping Death' (Metallica), 'Trust' e 'Symphony of Destruction' (Megadeth), 'Hunter' (Björk), 'Remember Tomorrow' (Iron Maiden), 'Sullen Girl' (Fiona Apple), 'Phrygian Gates' (John Adams), 'Would?' (Alice in Chains), 'Calling to You' (Robert Plant), 'For the Love of God' (Steve Vai), 'Deeper Underground' (Jamiroquai), 'Not to Touch the Earth' (The Doors), 'Once' (Pearl Jam), 'In the Name of God' (Dream Theater), 'If U Seek Amy' (Britney Spears). --> Principalmente nos festivais e cultos ligados a Cibele/Réia. Tenho a impressão de que os cultos a Hermes poderiam ser colocados aqui também.

Modo Dórico: início de 'Wave' (Tom Jobim), 'Eleanor Rigby' (Beatles), 'Milestones' e 'So What' (Miles Davis), 'The End' (The Doors), 'Smoke on the water' (Deep Purple). --> Nos festivais pan-helênicos, como os jogos ístmicos em Corinto, os jogos de Neméia na Argólia, os jogos pítios em Delfos e nos Jogos Olímpicos. Também no culto a Deméter.

Modo Lídio: 'Answers' e 'The Riddle' (Steve Vai), início de 'Overture 1928' (Dream Theater), 'Freewill' (Rush), estrofes de 'Man on the Moon' (R.E.M.), 'Blue Jay Way' (The Beatles, mais especificamente como George Harrison tocou na Magical Mistery Tour), introdução de guitarra no 'Dancing Days' (Led Zeppelin), 'Flying in a Blue Dream' (Joe Satriani), 'Beyond the Boundaries' (Jimmy Cliff), 'Unravel' (Björk), 'Follow my way' (Chris Cornell), 'Arcane Lifeforce Mysteria' (Dimmu Borgir), 'Little Red Corvette' (Prince), 'Every Little Thing She Does is Magic' (The Police), 'All I Need' (Radiohead), maioria dos solos de guitarra das músicas mais recentes de Frank Zappa, tema dos Jetsons, início do tema dos Simpsons. --> Cultos a Baco/Dionísio, a Héracles, a Afrodite, a Ártemis, e os festivais de Tebas.

Modo Mixolídio: blues de tom maior, como 'Scuttle Buttin' e 'Pride and Joy' (Steve Ray Vaughan), 'Norwegian Wood' (Beatles), 'The Visitors' (ABBA), 'Satisfaction' (The Rolling Stones), 'Drinking in L.A.' (Bran Van 3000). --> Dizem que este modo foi inventado por Safo, então convém associá-lo a Afrodite e Eros.

Modo Eólio: 'Fear of the dark', 'Hallowed be thy name', 'Running Free' e 'Still Life' (Iron Maiden), 'Achilles Last Stand' (Led Zeppelin). --> Cultos a Apolo, Ártemis, Atena, Hefesto, festivais da Beócia, de Lesbos e de outras colônias gregas na Ásia menor. Odisseu esteve na ilha de Eólo, que lhe proveu com Zéfiro (vento oeste).

Modo Lócrio: primeira parte de 'Painkiller' (Judas Priest), 'Symptom of the Universe' (Black Sabbath), começo de 'YYZ' (Rush), parte principal de 'Painkiller' (Judas Priest), refrão de 'Our Truth' (Lacuna Coil). --> Culto a Perséfone e aos heróis da guerra de Tróia, festivais da Magna Grécia e de Amphissa.

Modo Jônio: 'Let It Be' (Beatles), primeira parte do 'Always With Me, Always With You' (Satriani). --> Culto a Zeus, Hera, Atena, e os demais festivais mais populares.

Agora você pode criar sua "playlist" para cada cerimônia.
;D

Renascimentos e renovações... de novo.

“Imagine, por exemplo, uma cerimônia noturna, à luz de tochas. Um garoto para ser iniciado. Ele se senta bravamente no trono. Os Curetes ou Coribantes dançam em torno dele, dando voltas e voltas, ruidosamente batendo suas espadas em seus escudos. Uma sacerdotisa toca interminavelmente flautas de tons graves. Depois de um tempo, o círculo é penetrado pelas figuras espectrais de rosto branco dos Titãs, os ancestrais do homem. Eles espreitam o garoto, refletindo um espelho diante de seu rosto. Ele segue o espelho como se estivesse hipnotizado. A música continua, fica mais selvagem, com tambores, e o zurro esquisito dos berrantes de touro. Facas cintilam pela escuridão, há gritos não-humanos, golpes/cortes e torções/puxões de membros. Eles dão voltas carregando um esquife sagrado, e todos vêem o coração quente e sangrento que ele contém. Há cheiros de carne assada. Haverá ali carne para comer; enquanto todos deploram o assassinato selvagem daquela criança inocente. Com a finalidade de consolar, uma efígie é produzida, sendo feita ou coberta de gesso natural. O coração é inserido naquele peito. Rígida, branca e sem vida, a coisa fica ali parada na luz tremeluzente. Então o milagre. Em um momento de blecaute - ou de luz ofuscante - o lugar da efígie é tomado pelo novo iniciado, ele mesmo agora está coberto com o gesso como seus antigos assassinos, e ele salta de pé, vivo e bem, pronto para entrar em sua nova vida.”
(M.L.West, 'The Orphic Poems', Clarendon Press, Oxford, 1983, pag. 163, traduzido por mim.)

Sileno com Dionísio (Museu do Louvre)

junho 22, 2009

Aos gêmeos divinos

Senhora das feras, amiga das ursas; arma meu arco como o teu crescente para que eu atire longe todo o pesar e temor. E, caso minha mira falhe, escorre tua saliva em direção às minhas feridas e cura-me em tuas peles de cor açafrão. Depois dilui-me no verde de tuas matas e torna-me mais um elemento no séquito dos seres que te dirigem todo o amor e devoção.

Luz dourada da lira, belo pastor de profecias; ilumina meus olhos para a verdade de teus oráculos. Que com o sol eu possa renascer a cada dia e refazer meu caminho seguindo a harmonia das esferas. Tu que és o 'mais grego dos deuses', enche minha vida de música, equilíbrio, pureza e perfeição.

'Ésto' (Assim seja)!

Álex

junho 17, 2009

Hare ~Evoé~ Krishna!

Trecho retirado de: "A ÍNDIA MUITO ALÉM DO INCENSO: um olhar sobre as origens, preceitos e práticas do vaishnavismo" – por Arilson Silva de Oliveira, Doutorando em História, em: Revista 'História em Reflexão'; Vol. 3 n. 5, Dourados, jan/jun 2009.